Elas são as maiores vítimas de queimaduras provocadas por fogueiras, balões e fogos de artifício no mês de junho.
Festa junina é sinônimo de quadrilha, comidas típicas e diversão. Mas, infelizmente, as tradicionais comemorações também são marcadas por acidentes causados por fogueiras,
balões e fogos de artifício. Por conta disso, segundo Luiz Philippe Molina Vana, chefe do Ambulatório de Queimados do Hospital das Clínicas da FMUSP, nessa época aumentam ainda mais os casos de crianças vítimas de
queimaduras nos hospitais.
Alguns fatores contribuem para que elas se tornem vítimas mais frágeis. A proximidade dos órgãos, a pele mais fina e uma camada de gordura menor. Para evitar incidentes, os fogos de artifício e afins devem ser manuseados apenas por profissionais. Até porque as crianças sempre encontram formas arriscadas de brincar com itens menos perigosos, como bombinhas. Não é à toa, portanto, que é proibido vender ou fornecer fogos de artifícios a menores, de acordo com o artigo 81 do Estatuto da Criança e do Adolescente. A pena para quem descumprir a lei é de 6 meses a 2 anos de detenção e multa.
Por via das dúvidas, mantenha as crianças longe das fogueiras. Melhor mesmo é, então, que a diversão aconteça com a pescaria, o jogo de argolas, o pula-pula, acertar a boca do palhaço...
Além da festa junina
Um novo estudo realizado pelo Hospital das Clínicas da FMUSP, que envolveu 235 pacientes que receberam atendimento no hospital em 2009, revelou que 77,4% das queimaduras acontecem dentro de casa e 40% dos afetados são crianças, entre 0 e 9 anos. No topo da lista estão acidentes com fogo e álcool seguido por líquidos quentes, como água fervente, café, sopa. “São acidentes fáceis de evitar, como nunca deixar o cabo da panela para fora do fogão e as panelas sempre nas bocas de trás. Só com esses cuidados iríamos reduzir sequelas estéticas, psicológicas e funcionais nas crianças”, diz Luiz Philippe. Sem contar que o tratamento é dolorido e a longo prazo.
O especialista também reforça para o uso de álcool líquido para limpeza da casa. Tem quem pense que ele é mais eficaz para desinfetar, quando na verdade evapora mais rápido que o em gel - menos perigoso que o líquido por não espalhar tão facilmente. “No exterior, já não existe mais esse tipo de produto. Há um tempo, ele foi proibido de ser comercializado, mas pode voltar às prateleiras. No Congresso, existe um projeto de lei em tramitação para proibir definitivamente o seu uso”, afirma. Se você tem esse costume em casa, é hora de repensar e mudar o hábito!
Primeiros socorros
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| Caso seu filho se queime, não passe nada no local afetado. Pomadas, pasta de dentes, manteiga, clara de ovos ou outras receitas caseiras podem prejudicar mais ainda a ferida. Em vez disso tudo, lave a região por 10 minutos em água corrente e busque atendimento médico. A água ajuda a baixar a temperatura da região afetada - e uma queimadura que poderia ser profunda pode ficar mais superficial com essa medida. Se a chama atingir as roupas, a vitima deve deitar no chão e rolar. Quem estiver por perto deve cobri-la com um lençol ou pano molhado e levá-la imediatamente ao hospital. Não estoure as bolhas, pois há risco de infecção. |
